Pacientes de hospital em Rio Preto encontram força para se recuperar por meio da dança: 'Felicidade, autoestima e socialização'

  • 29/04/2024
(Foto: Reprodução)
No Dia Internacional da Dança, celebrado nesta segunda-feira (29), o g1 conta a história de resiliência desses talentos Professor Guto leciona no Lucy Montoro em Rio Preto (SP) há 13 anos Créditos: José Augusto Rodrigues/Arquivo pessoal No palco da vida, a dança transcende barreiras físicas e emocionais. Para quatro artistas de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, ela é mais que uma paixão: é uma forma de superar desafios, desafiar estereótipos e redefinir os limites do que é possível. 📲 Participe do canal do g1 São José do Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp No Dia Internacional da Dança, celebrado nesta segunda-feira (29), o g1 conta a história de resiliência desses talentos, unidos pela arte, que mudam a narrativa sobre o que significa dançar com deficiência, a partir das diferentes habilidades e capacidades. Laura Alves de Souza, de 35 anos, Thamires de Jesus Sousa, de 26, e Marlei Luiz, de 57, fazem aulas no Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, em Rio Preto, com o professor de dança e educador físico José Augusto Rodrigues, conhecido como Guto, de 50. Alguns dos pacientes de Guto nasceram com deficiências físicas. Outros as adquiriram como sequelas de problemas de saúde congênitos. Mas todos encontraram na dança uma maneira de se expressar livremente, desafiando as limitações. O grupo se apresentou no sábado (27), no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, em um espetáculo que celebrou a diversidade. O intuito da mostra é apresentar que as diferenças devem ser vistas como fonte força e inspiração. Da cadeira de rodas para os palcos Laura foi vítima de um AVC aos 23 anos, mas se recupera com a ajuda da dança em Rio Preto (SP) Laura Alves/Arquivo pessoal Aos 23 anos, Laura treinava na academia quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. A jovem foi hospitalizada e permaneceu internada em coma por dois meses. Quando recebeu alta médica, a vendedora descobriu que, dali para frente, sua vida não seria mais a mesma. A jovem perdeu o movimento no braço esquerdo e precisou da ajuda da cadeira de rodas para se locomover, por dois anos. Nesse período, durante uma consulta com a fonoaudióloga, Laura foi orientada a procurar por aulas de dança no Lucy Montoro. No primeiro contato, amor à primeira vista: Laura nunca mais deixou de frequentar as aulas de Guto, já que, segundo ela, descobriu ali o poder da dança. “Ela mostrou para mim que, apesar da minha deficiência, minhas sequelas, as quais eu tinha vergonha, que é possível. Me senti mais aceita, inclusa, tem sido bom para se socializar com outras pessoas”, reforça a jovem. Laura relatou que a dança também fez a diferença na evolução clínica. A vendedora perdeu parte da função em um dos rins e, por isso, precisa fazer hemodiálise três vezes na semana. Contudo, pediu que recebesse alta do médico para que pudesse se apresentar no sábado. “Faz toda diferença, me sinto útil. Não abro mão de fazer minha aula de dança”, ressalta Laura. Luta pela vida Thamires de Jesus Sousa foi vítima de um acidente de trânsito e faz aulas em Rio Preto (SP) Thamires de Jesus Sousa/Arquivo pessoal Thamires foi vítima de um acidente de trânsito aos 18 anos. À época, ela conta que estava no carro com o ex-noivo, com quem se casaria em duas semanas, quando outro motorista, que dormiu no volante, os atingiu a 160 km/h. O veículo onde a jovem estava capotou e, como o casal estava sem cinto de segurança, foram arremessados para fora. Na ocasião, Thamires sofreu traumatismo craniano e ficou 56 dias em coma induzido. Como sequela, Thamires teve paralisia facial do lado direito, bem como precisou da ajuda da cadeira de rodas para se locomover por oito anos. Neste ano, a mulher relata que conseguiu autonomia para caminhar e se recupera com a ajuda da dança. Por ser de Araçatuba (SP), ela viaja toda semana para fazer a aula. “Já faz seis anos que eu danço no instituto. Me sinto uma verdadeira bailarina e mais vitorioso quando consigo acompanhar cada passo. Com a dança, consegui melhorar o equilíbrio e recuperar a autoestima. Dançar me traz mais felicidade, tenho mais vontade, é fisioterapia para o corpo e para a mente”, detalha a jovem. ‘Divisora de águas’ Vítima de AVC, Marlei Luiz faz aulas toda semana no instituto em Rio Preto (SP) Créditos: Marlei Luiz/Arquivo pessoal Em janeiro do ano passado, Marlei decidiu seguir a orientação médica de frequentar as aulas no Lucy Montoro devido a um AVC que sofreu em 2014. Com o problema de saúde, vieram as sequelas físicas do lado esquerdo do corpo que deixaram marcas na memória. Foi por meio da dança, contudo, que Marlei conta que encontrou espaço para celebrar as conquistas e inspirar outros a acreditar no poder da resiliência e da determinação. “É muito gratificante, melhora a minha autoestima, socialização, confiança, equilíbrio. A dança fez a diferença no meu tratamento. Me deu força de vontade para vencer, me sinto realizada”, celebra a mulher. Inspirando mudanças Guto e aluna durante apresentação de mostra inclusiva em Rio Preto (SP) José Augusto Rodrigues/Arquivo pessoal Aos oito anos, o educador Guto relata que sentiu que faria da dança sua profissão. Com 18 anos, veio de Barretos, sua cidade natal, para Rio Preto com o intuito de se profissionalizar e buscar o caminho que seguiria em companhias de dança. Contudo, em 2006, uma toxoplasmose fez com que Guto alterasse a rota na trajetória, já que perdeu 80% da visão no olho direito. Naquele momento, o professor revela que sentiu na pele a exclusão. “Eu parei de participar de testes de companhias, porque não conseguia acompanhar os alunos. Precisei pensar em outra alternativa, quando encontrei a dança inclusiva com a ideia de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, relembra. Guto com aluna durante festival em Rio Preto (SP) Créditos: José Augusto Rodrigues/Arquivo pessoal Há 13 anos, o educador, então, foi convidado para ministrar as aulas no Lucy Montoro, onde encontrou a sua verdadeira vocação. No hospital, ele comenta que tem apoio de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Para ele, a dança não é apenas uma habilidade a ser ensinada, ou uma sequência de passos - é uma ferramenta poderosa para comunicar, capacitar e transformar vidas. Segundo ele, as aulas são pensadas para atender às necessidades de cada aluno. Enquanto seus alunos enfrentam desafios físicos e emocionais, Guto pontua que os capacita a superar essas barreiras com graça e determinação, por meio da autoconfiança, perseverança e autoaceitação. “Saber que a dança pode ajudar a melhorar a vida das pessoas a faz ser mais importante ainda. A ideia é ajudá-los a melhorar a qualidade de vida e inseri-lo de novo na sociedade. Tudo o que eu tenho hoje eu devo à dança. Ela sempre está envolvida”, reflete Guto. Guto é professor de dança inclusiva no Lucy Montoro em Rio Preto (SP) José Augusto Rodrigues/Arquivo pessoal O educador atende 60 pacientes, de dois a 90 anos, com as aulas no instituto, em sua maioria cadeirantes, com doenças degenerativas, vítimas de AVC, esclerose múltipla e crianças com mielomeningocele. De acordo com ele, o festival apresentado no sábado foi proposto como uma forma de que os pacientes mostrem aos familiares suas potencialidades e o trabalho desenvolvido, além de, principalmente, impulsioná-los. Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2024/04/29/pacientes-de-hospital-em-rio-preto-encontram-forca-para-se-recuperar-por-meio-da-danca-felicidade-autoestima-e-socializacao.ghtml


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