337 mulheres com medidas protetivas usam app do Botão do Pânico em Piracicaba; veja como funciona
Central de monitoramento da Guarda Civil Metropolitana de Piracicaba (SP)
EPTV/Reprodução
337 mulheres em Piracicaba (SP) utilizam o Botão do Pânico, ferramenta para proteger mulheres com medida protetiva na cidade.
A tecnologia, acionada pelo celular, tem garantido mais agilidade no envio das viaturas da Guarda Civil Metropolitana de Piracicaba (GCMP), chegando às vítimas de violência doméstica em 3 a 5 minutos, segundo o comando da corporação.
Uma moradora da cidade, que pediu para não ter a identidade revelada por medo, relatou que o aplicativo tem sido essencial para a própria segurança. O ex-companheiro, que está em liberdade, invadia a casa dela, depredava o local e fazia ameaças graves. Após registrar o caso na delegacia, ela conseguiu a medida protetiva e passou a utilizar o recurso digital.
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Como funciona
A coordenadora da Patrulha Maria da Penha da GCMP, Ana Paula Rocha, explicou que o Botão do Pânico é discreto e não aparenta, na tela do celular, que se trata de um aplicativo de segurança. Ao clicar no botão, a mulher envia um alerta imediato, que aciona a viatura mais próxima de onde ela está.
A ferramenta é usada quando a vítima vê o agressor se aproximando da casa, do trabalho ou quando percebe estar sendo seguida.
Patrulha Maria da Penha da GCM, em Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
O que mudou na atualização
Segundo o comandante da GCMP, Marcos Rodrigues, a versão anterior do sistema dificultava a visualização de dados essenciais para uma resposta mais rápida. Agora, a nova plataforma permite:
verificação instantânea de todas as informações da vítima;
confirmação se a medida protetiva está válida;
acesso à foto do agressor;
localização exata da mulher no momento do pedido de socorro;
Com isso, a média de tempo de resposta caiu para 3 a 5 minutos, informou o comandante.
Número de usuárias e aumento nos inquéritos
A cidade registrou aumento no número de inquéritos de violência doméstica. Em 2024 foram 1.202 inquéritos. Em 2025, antes do final do ano, foram 1.490, uma alta de cerca de 23,96%.
Olivia Fonseca, delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba, afirmou que essa elevação está relacionada ao maior acesso ao atendimento especializado e não necessariamente ao aumento da violência em si.
A Delegacia da Mulher funciona 24 horas, desde março de 2025, e um número significativo de boletins tem sido registrado aos sábados, domingos e à noite, afirmou a delegada. Além disso, o serviço online da DDM continua ativo.
“Pra mim, tem muito mais a questão da conscientização do que o aumento da violência, porque a violência sempre existiu”, informa a delegada.
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Fernanda Zanetti/ G1
Tipos de violência e medidas protetivas
A lesão corporal continua sendo o crime mais registrado. Segundo a delegada, muitas mulheres ainda têm dificuldade de reconhecer a violência psicológica, o que faz com que a agressão física, por deixar marcas visíveis, seja a principal porta de entrada para as denúncias.
Em Piracicaba, já foram concedidas 1.018 medidas protetivas até 31 de outubro de 2025, número superior ao registrado durante todo o ano anterior, que teve 887 concessões.
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