Bispo evangélico com 90 mil seguidores e amigo de Rodrigo Manga: quem são os presos na operação da PF em Sorocaba
07/11/2025
(Foto: Reprodução) josivaldo Batista e Marco Mott, investigados em operação que levou afastamento do prefeito de Sorocaba (SP)
Redes Sociais
A segunda fase da Operação Copia e Cola, que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão nesta quinta-feira (7), e que levou ao afastamento do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), de Sorocaba (SP), teve como alvos o bispo evangélico e cunhado do prefeito afastado, e também um amigo pessoal de Manga, apontado como operador de um suposto esquema de corrupção envolvendo dinheiro público. Eles estão presos.
A operação tem como objetivo desarticular uma suposta organização suspeita de desvios de recursos públicos na área da saúde, em contratos que passam de R$ 100 milhões.
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Bispo Josivaldo Batista
Divulgação
Josivaldo Batista de Souza é casado com Simone Rodrigues Frates de Souza, irmã da Sirlange Frates Maganhato, esposa de Rodrigo Manga. Foi em um dos endereços ligados ao casal de pastores que a polícia encontrou mais de R$ 700 mil durante a primeira fase da operação, em abril deste ano.
Josivaldo Batista também foi bispo da Igreja Mundial do Poder de Deus. Ele nasceu em 17 de dezembro de 1972, no Recife.
Em seu perfil no Instagram, com quase 90 mil seguidores e mais de 10 mil publicações, Josivaldo se apresenta como figura pública, servo de Deus e fundador do Tempo da Glória e Renovo. A denominação religiosa tem dois endereços, ambos em São Paulo - um no Brás e outro em Santo Amaro.
Amigo e cunhado do prefeito Rodrigo Manga são presos durante a ação da PF
Apesar da prisão, o perfil do bispo Josivaldo continua fazendo postagens. A última ocorreu por volta das 9h desta sexta-feira (7).
Um dia antes da prisão, um post do bispo falava sobre mentiras. "Nenhuma mentira permanece para sempre: aquilo que foi contado para prejudicar será esclarecido por Deus no tempo certo", dizia o post.
Empresário e amigo de infância
Marco Mott é suspeito de operações esquema de corrupção em Sorocaba (SP)
Reprodução/TV TEM
Marco Mott é um empresário em Sorocaba e tido como amigo de infância do prefeito de Sorocaba. Ele é suspeito de ser lobista e de lavar dinheiro em diversos contratos da prefeitura.
Conforme apontado pelo g1 e pela TV TEM, Mott tinha trânsito livre na Prefeitura de Sorocaba, em especial no primeiro mandato de Manga. Ele, inclusive, conforme aponta a investigação, foi flagrado depositando dinheiro vivo em agência bancária da cidade.
O empresário mora em condomínio de alto padrão na zona oeste da cidade, próximo da Rodovia Raposo Tavares. A residência, onde ele foi preso na quinta-feira, também foi alvo de busca e apreensão na primeira fase da operação Copia e Cola em abril. Na ocasião, foram apreendidos três carros.
Posts nas redes sociais do prefeito mostram a relação de amizade dele com Marco Mott. Na investigação da PF, há citação para uma chamada de vídeo dos dois, intitulada "ligação de vídeo de milhões", e que foi obtida com exclusividade pela TV TEM e pelo g1.
O empresário, amigo de infância do prefeito, é apontado como um dos operadores financeiros dele e da primeira-dama. Segundo a investigação, Mott teria atuado no desvio de milhões de reais de recursos públicos da saúde municipal.
Com o levantamento das informações bancárias, autorizado pela Justiça, foram localizados mais de R$ 6 milhões de reais nas contas pessoais e empresariais ligadas a Mott. Estes depósitos foram feitos em dinheiro vivo e sem origem comprovada.
O que dizem as defesas
A defesa de Mott declarou que a prisão ocorreu em virtude de conjecturas e suposições da policia judiciária. "A defesa irá esclarecer os equívocos. Além disso, trata-se de medida desnecessária, pois, nosso cliente sempre esteve à disposição das autoridades e já prestou esclarecimentos iniciais. Desse modo, traremos esses pontos ao tribunal que poderá compreender melhor os fatos", disse.
Mott passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (7) e continua preso.
A defesa de Josivaldo disse que os fatos imputados ao pastor teriam ocorrido há mais de dois anos e que não há qualquer justificativa plausível para a decretação de sua prisão. "A Defesa segue confiando plenamente nos tribunais competentes para analisar a matéria, e aguarda a reversão desta decisão".
Entenda a operação
Linha do tempo da operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na saúde de Sorocaba (SP)
Arte g1
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