Exumação sem aviso e ossada desconhecida: Cemitério de Araras é alvo de denúncias
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Família denuncia exumação sem aviso em cemitério de Araras
Em meio ao luto pela partida dos entes queridos, duas famílias denunciam irregularidades em serviços prestados pelo Cemitério de Araras (SP).
Em um dos casos, a gestora de negócios e saneamento Ivane Bueno diz que a ossada do marido foi exumada de um túmulo provisório sem que ela fosse comunicada. A viúva chegou a registrar um Boletim de Ocorrência e pretende realizar um exame de DNA para identificar uma suposta ossada do companheiro.
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Já na outra denúncia, a dona de casa Marisalva Pereira Mascarenha afirma que os restos mortais de uma pessoa desconhecida foram deixados no túmulo da família.
Em nota à EPTV Central, afiliada da TV Globo, a prefeitura informou que acompanha ambos os casos e se colocou à disposição para resolvê-los (leia abaixo).
Cemitério de Araras
Prefeitura de Araras/Divulgação
Exumação inesperada
A gestora Ivane Bueno havia adquirido um túmulo provisório para receber a ossada do marido, o músico Fernando Rodrigues, vítima da Covid-19 em dezembro de 2021. Ao visitar o local nas últimas semanas, percebeu que os restos mortais não estavam mais lá.
"Ao chegar aqui, eu não consegui identificar o túmulo do meu marido. Eu tinha mandado fazer, embora seja um túmulo provisório, tinha mandado colocar um piso, a foto dele e uma placa de idenificação. Não tinha foto, nada", lamentou.
famílias denunciam irregularidades em serviços prestados pelo Cemitério de Araras (SP)
Reprodução/EPTV
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos informou, por meio de nota em 4 de setembro, que os restos mortais do músico foram exumados em 29 de dezembro de 2024 e levados ao ossário, localizado no porão da capela do cemitério.
A família não foi comunicada da exumação por falta de informações no sistema, acrescentou a pasta. Para a gestora, toda a situação pode ser descrita como "descalabro".
Após a confusão, ela registrou o boletim de ocorrência, e a suposta ossada de Fernando foi deixada em um espaço próximo ao muro do cemitério para identificação por meio de um teste de DNA.
"Eu não sou perita para identificar a ossada. A prefeitura admite que foi feito na gestão passada, mas isso não existe quando você assume a responsabilidade de uma prefeitura. Ele é pai de família, filho, e ele merece um lugar onde a gente possa orar por ele. Todo mundo merece. Ele não é indigente", conclui Ivane.
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Ossada desconhecida
famílias denunciam irregularidades em serviços prestados pelo Cemitério de Araras (SP)
Reprodução/EPTV
A administração do cemitério também é alvo das denúncias da dona de casa Maridalva Pereira Mascarenhas Ceregatte. É que, desde a exumação do irmão Revair, em fevereiro de 2025, os ossos de uma pessoa desconhecida foram deixados no túmulo da família.
"Vim aqui para tirar, só que onde ele [coveiro] estava tirando, não era o lugar onde o meu irmão estava. Meu irmão estava mais para baixo, ele tirou para cima. Aí o meu outro irmão veio aqui e tirou do lugar o meu irmão [falecido], certinho, e colocou no lugar da família. Só que a ossada que saiu de lá está dentro do meu túmulo. Não conheço, não sei quem é a família", relata Maridalva.
Atualmente, a ossada de Revair se encontra no túmulo da família.
"É uma falta de respeito pela pessoa, porque a família sofre também", finaliza.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Araras informou que os restos mortais de Fernando Rodrigues estão no ossário do cemitério e que vai fazer confirmação por meio do exame de DNA. A administração municipal lamentou o ocorrido e alegou que colabora para esclarecer o caso o mais breve possível.
Ainda de acordo com as informações oficiais, desde o começo do ano nenhuma exumação é feita sem a presença de familiares.
Já em relação ao segundo caso, a prefeitura afirmou que aguarda autorização de Maridalva Pereira para que os restos mortais desconhecidos sejam retirados do túmulo da família. Reiteirou, ainda, que os restos mortais do irmão dela estão sepultados no local apropriado desde a exumação.
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