Fraudes em licitações: vice-prefeito e secretários de Hortolândia são exonerados após operação da PF
PF prende vice-prefeito e secretário da educação de Hortolândia por suspeita de fraude
O vice-prefeito de Hortolândia, Cafu Cesar (PSB), e os secretários municipais de Educação e Habitação foram exonerados após a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) contra fraudes em licitações da educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (14).
Segundo a publicação, Cafu - preso preventivamente na quarta-feira (12) - foi exonerado do cargo de secretário de Governo. Ele permanece como vice-prefeito, já que esse é um cargo eletivo e não pode ser objeto de exoneração.
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Veja detalhes das exonerações abaixo:
Carlos Augusto Cesar foi exonerado do cargo de secretário municipal de Governo, a partir de 12 de novembro.
Rogério Mion foi exonerado do cargo de secretário municipal de Habitação, a partir de 13 de novembro.
Carla Ariane Trindade foi exonerada do cargo de diretora do Departamento de Almoxarifado e Patrimônio, a partir de 13 de novembro.
Fernando Gomes de Moraes foi exonerado do cargo de secretário municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, a partir de 14 de novembro.
Além de Cafu, o então secretário Fernando Gomes de Moraes também foi preso durante a operação. Já Rogério Mion e Carla Trindade foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Cafu Cesar, vice-prefeito de Hortolândia, foi levado à Delegacia da Polícia Federal
Reprodução/EPTV
Qual o papel deles no esquema?
Segundo as investigações, os quatro servidores exonerados tinham os seguintes papéis na organização:
Carlos Augusto Cesar, o “Cafu”: investigado por atuar ativamente no direcionamento de licitações do município e liberação de pagamentos para a Life em troca de vantagens indevidas. A investigação aponta indícios de que ele teria recebido (por meio de terceiros) pelo menos R$ 2,4 milhões.
Fernando Gomes de Moraes: acusado de assinar atas de registro de preços, direcionar licitações e agilizar pagamentos da Life em troca de propina.
Rogério Mion: atuava como intermediário dos interesses da empresa Life, usando a influência política para facilitar contratos em diversas prefeituras e órgãos públicos.
Carla Ariane Trindade: foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotado por Lula. É mãe de neto do atual presidente. Segundo a PF, ela integra o núcleo político da organização criminosa, atuando como lobista e intermediária para a empresa Life, defendendo seus interesses junto a órgãos públicos federais e municipais.
Entenda as fraudes
Segundo a investigação, a organização criminosa usava lobistas para intermediar contatos entre a Life Tecnologia Educacional, empresa usada no esquema, e o poder público.
O dinheiro arrecadado era lavado por meio da ação de doleiros que geravam o montante em espécie para repassar propinas aos envolvidos nas etapas anteriores.
Segundo a PF, a maioria dos créditos recebidos pela Life entre 2021 e 2024 vem de recursos públicos. Os valores recebidos de Sumaré, Hortolândia e Morungaba totalizam R$ 99.399.812,87.
A investigação também aponta um valor de R$ 11.757.440,96, possivelmente referente à cidade de Limeira. Com isso, o total proveniente de entes públicos é de R$ 111.157.253,83.
Em termos de faturamento por notas fiscais, as vendas da Life para esses municípios somaram pouco mais de R$ 86 milhões.
Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em Piracicaba e Limeira em operação contra fraudes em licitações públicas
Edijan Del Santo/EPTV
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