Homem é condenado a oito anos de prisão por matar jovem com punhal em Mogi das Cruzes
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Homem é condenado a oito anos de prisão por matar jovem com punhal em Mogi das Cruzes
Neil Soares Arruda foi condenado a oito anos de prisão, em regime inicial fechado, por homicídio simples. Ele responde pela morte do jovem Lucas de Carvalho Brito, de 24 anos. O crime ocorreu em janeiro de 2023, na Vila Cintra, em Mogi das Cruzes, quando a vítima morreu após ser golpeada com um punhal. O julgamento foi realizado neste terça-feira (16), no Fórum Criminal do município. A defesa afirmou que irá recorrer da decisão.
Segundo do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a sentença também nega ao réu o direito de recorrer em liberdade. O homem permanecerá preso enquanto aguarda os resultados de possíveis recursos.
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O crime
De acordo com o boletim de ocorrência, Arruda teria se irritado depois que o rapaz, que estava acompanhado da namorada, estacionou o carro em frente à casa do homem, na Vila Cintra. Ele teria utilizado um punhal para golpear a vítima. No dia 27 de janeiro de 2023, o homem foi preso em flagrante.
Ferido, o jovem tentou dirigir até a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Universo para buscar ajuda médica, mas acabou perdendo a consciência e atropelando um pedestre de 54 anos. O caso foi registrado como homicídio por meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima e motivo fútil.
À polícia, a namorada do rapaz contou que eles estavam conversando dentro do carro, em frente a um imóvel, quando o morador se incomodou. O homem teria discutido com a vítima e dito que pegaria uma faca para matá-lo. Apesar disso, o casal continuou no local. Momentos depois, o suspeito voltou com um objeto, se aproximou da janela e o golpeou no tórax.
Ao perceber que o namorado tinha sido perfurado, ela sugeriu que fossem até o posto de saúde mais próximo. Porém, ele desfaleceu no caminho. Além de perder o controle do carro e atropelar um homem, que foi socorrido ao Hospital Luzia de Pinho Melo e permaneceu internado sem risco de morrer, o jovem também bateu em um poste.
Policiais que estavam perto do local prestaram apoio. De lá, seguiram até a casa do suspeito que confessou o crime. Ainda segundo o boletim, o homem disse que o casal estava mantendo relações sexuais dentro do veículo e que isso era falta de respeito. Por isso, discutiu com o rapaz o golpeou com uma arma branca. O objeto usado no crime não foi localizado.
Defesa
A defesa de Arruda argumenta que a pena base não deveria ter sido aumentada e afirmou que vai recorrer. Os advogados afirmaram que entendem que houve um homicídio simples, ressaltando que duas qualificadoras foram rejeitadas pela Justiça.
O homicídio simples não é considerado crime hediondo e possui regras específicas para benefícios na execução da sentença. Diante da pena imposta, a defesa entende ser possível uma progressão para o regime semiaberto.
"A sociedade de Mogi das Cruzes, de maneira soberana, entendeu que houve a prática de um homicídio simples, que sempre foi, desde o início, uma das linhas de entendimento da defesa. Por fim, a defesa técnica entende, respeitosamente, que o caso comporta alteração da pena, que não deveria ser aumentada. Por tal motivo, haverá recurso para debater tal questão", afirmou o advogado Mário Badures.
Acusação
Por outro lado, a acusação considera o tempo de condenação baixo. "Entendo que o crime deve ser punido pelo dano que ele causa. Por outro lado, temos que entender que os jurados são soberanos em suas decisões e não deixaram de condenar. Acredito que a família desejaria uma pena maior", disse o advogado João Ricardo.
"Particularmente, não posso admitir que uma vida valha tão pouco, principalmente a de um menino de 23 anos. Com ele, morreu sonhos e destroçou uma família inteira", finalizou.
Julgamento foi realizado no Fórum de Mogi das Cruzes
Vinicius Silva/TV Diário
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