‘Incêndio subterrâneo’: conheça fenômeno que tem atingido depósito de lixo em Presidente Prudente

  • 28/10/2025
(Foto: Reprodução)
Fumaça se espalhou por vários bairros de Presidente Prudente e proprietário será multado Emerson Sanchez/TV TEM O depósito de lixo na Vila Furquim, em Presidente Prudente (SP), atingido por um incêndio subterrâneo que perdura há cerca de duas semanas, segue em monitoramento, conforme anunciou na manhã desta terça-feira (28) o tenente Eduardo Castanho, do Corpo de Bombeiros. Segundo o oficial, o foco inicial - que foi um incêndio na área verde conhecida por “Mata do Furquim” - já foi controlado, mas permanece “um resto de queima de materiais sólidos provenientes do aterro, onde são lançados dejetos de tudo quanto é natureza, inclusive restos de construções”. 📲 Participe do canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp “O incêndio da mata foi contido já há muitos dias, praticamente há mais de duas semanas, mas materiais sólidos também foram atingidos ali no aterro. Isso faz com que haja uma queima em profundidade e esse material continua emitindo gases e fumaça”, explicou Castanho. As equipes atuaram com valetas, grande volume de água e resfriamento do solo, com apoio da Defesa Civil e da prefeitura. Entre quinta (23) e sábado (25), foram usados cerca de 300 mil litros de água por dia para controlar os focos. “Hoje [terça-feira] estivemos por lá e não existe mais nenhum resquício de fumaça, embora ainda haja o cheiro forte desse material em decomposição. Continuamos monitorando junto à Defesa Civil e à prefeitura”, afirmou. Castanho reforça que a população deve evitar o descarte irregular no local, já interditado pela Defesa Civil. Fumaça se espalhou por vários bairros de Presidente Prudente e proprietário será multado Emerson Sanchez/TV TEM Fogo embaixo do solo O reaparecimento da fumaça está relacionado a um tipo específico de combustão que ocorre sob o solo. Segundo o biólogo e consultor ambiental André Gonçalves, o fenômeno é conhecido como “combustão subterrânea”, ou seja, quando o fogo se espalha por debaixo da terra, em meio a matéria orgânica e resíduos inflamáveis. O especialista explicou ao g1 que o cenário encontrado no local — com restos de construção, madeira, plásticos e entulhos — favorece a continuidade das chamas mesmo após o controle aparente do incêndio. “É um fogo que queima embaixo do solo, na parte onde tem matéria orgânica e resíduos como plásticos e outros materiais inflamáveis. Ele começa quando o calor ou uma brasa penetra no chão seco e cheio de matéria orgânica e outros resíduos. Esse tipo de fogo é chamado de combustão subterrânea. Neste caso específico, encontra-se muito material de resíduos de construção como madeira e resíduos como plásticos”, disse. ENTENDA O CASO: Incêndio em depósito de lixo espalha fumaça por Presidente Prudente, alerta da Defesa Civil Sesi de Prudente suspende aulas presenciais devido a incêndio em depósito de lixo; MP faz recomendações e destaca riscos à saúde MP investiga danos ambientais e à saúde causados por incêndio subterrâneo que dura mais de 10 dias em Presidente Prudente Incêndio subterrâneo em depósito de lixo é extinto após 12 dias ativo em Presidente Prudente Incêndio subterrâneo em depósito de lixo na Vila Furquim é reativado após chuvas em Presidente Prudente As condições climáticas e o descarte irregular de lixo também contribuem para o surgimento desse tipo de fogo. “O fogo aparece por causa do solo seco, calor forte e lixo queimado. Quando as pessoas jogam e queimam lixo doméstico perto de áreas com muito acúmulo de matéria orgânica, doméstico, construção ou industrial, o fogo pode entrar no solo e continuar queimando por dias. Em Presidente Prudente, o clima quente e seco e o hábito de queimar lixo e folhas ajudam esse tipo de fogo a acontecer”, declarou. Além do incômodo causado pela fumaça, o biólogo alerta para os danos ambientais. O calor intenso e prolongado no subsolo afeta o solo, que perde seus nutrientes. Além disso, a fauna é atingida com a perda de insetos, lagartos, serpentes e animais que fazem ninhada nesses ambientes. “A vegetação morre porque o fogo queima as raízes, e troncos não são adaptados para suportar incêndios, como a vegetação de cerrado que tem uma resistência melhor”, acrescentou. Mesmo com a chegada das chuvas, o problema pode persistir, já que a infiltração da água é dificultada pela compactação irregular do solo e pela presença de resíduos. Conforme detalhou o especialista, a chuva pode causar uma certa erosão e abrir pontos de oxigenação para a brasa no subsolo e criar força e voltar o fogo. Segundo Gonçalves, a extinção completa das brasas depende de uma ação contínua das equipes de controle, com uso de maquinário e monitoramento constante. “É difícil apagar sozinho, dependendo do material essa brasa subterrânea fica por dias. Precisa de ajuda humana, molhando bem o solo com valas em forma de escama de peixe e vigiando o local. Para evitar, o melhor é não jogar nem queimar lixo doméstico em terrenos baldios, perto de áreas com mato ou depósitos de resíduos. Manter o ambiente limpo e úmido ajuda a impedir que o fogo comece.” Incêndio subterrâneo em depósito de lixo que dura quase 10 dias em Presidente Prudente (SP) Reprodução/Prefeitura Controle e combate dos focos O incêndio no terreno usado para descarte de resíduos na Vila Furquim desafia as equipes. Após dias de trabalho intenso e até o uso de produto químico para combater as chamas, o fogo é extinto, mas volta a se manifestar em pontos isolados. Segundo o tenente Eduardo Castanho, do Corpo de Bombeiros, o fenômeno não é recorrente e está relacionado à queima em profundidade de materiais sólidos. “Os incêndios subterrâneos não são comuns. O que ocorre é que materiais sólidos queimam em profundidade, é o que ocorre, por exemplo, em incêndio em materiais reciclados. Quando uma quantidade de papelão prensado incendeia, mesmo lançando sobre o material um grande quantidade de água, ainda assim pode continuar a queima em profundidade, e combinando o calor com uma pequena quantidade de oxigênio, a queima pode durar por dias”, explicou ao g1. Segundo o oficial, o que aconteceu no depósito da Vila Furquim foi semelhante a esse tipo de queima prolongada. “O que ocorreu no aterro foi algo parecido, materiais como restos de obras, onde havia papéis, papelão, espumas e, principalmente, restos de madeiras, queimavam em profundidade e bem abaixo do solo, onde a água não conseguia penetrar. Então, como havia bolsões de ar entre os restos de tijolos e materiais sólidos, a queima lenta e em profundidade perdurou por vários dias.” A dificuldade no controle também está na localização exata do foco. Conforme Castanho, a fumaça e os gases nem sempre indicam o ponto onde o fogo está. “No caso dos incêndios subterrâneos a dificuldade é localizar o material em queima, haja vista que muitos deles podem desprender gases e fumaça em direções opostas, que dependem dos túneis subterrâneos causados pelo próprio aterro. Assim, a dificuldade é cavar até ao cerne dos material em combustão.” Incêndio subterrâneo em terreno foi extinto após 12 dias ativo, mas teve reignição dois dias depois, em Presidente Prudente Defesa Civil/divulgação O tenente explicou ao g1 que as técnicas usadas no combate a incêndios variam conforme o tipo de ocorrência. “Algumas, a própria água é suficiente, outras, porém, podem depender de um resfriamento mais profundo com produto químico que chamamos de Líquido Gerador de Espumas, material que dissolvido corretamente pode aumentar a capacidade de penetração da água e, por fim, não funcionando tais técnicas, são necessários apoios com máquinas escavadeiras até que se alcance o material em queima.” De acordo com Castanho, o Líquido Gerador de Espumas (LGE) chegou a ser utilizado na ocorrência da Vila Furquim, mas o resultado não foi satisfatório. “Não houve sucesso. Só no meu serviço foram diluídos mais de 100 litros de LGE”, contou. Ele também afirmou que não foi possível identificar com precisão quais materiais estavam dificultando o combate. “Como são restos de obras, há de tudo, inclusive lixos depositados em caçambas.” Além da atuação direta no local, o tenente reforçou a importância do trabalho integrado entre os órgãos de emergência. “Os órgãos como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros fazem parte de um sistema de multiagências. O trabalho em conjunto destina-se, juntando os meios e os recursos disponíveis, a resolver qualquer sinistro e a proteger a população, o meio ambiente e o patrimônio. Estaremos sempre à disposição 24 horas para resolver qualquer situação de anormalidade ou ameaça à população paulista. Qualquer pessoa pode acionar o Corpo de Bombeiros por meio do fone 193.” O Tem Notícias também tem acompanhado a situação. Assista abaixo uma das reportagens. Incêndio subterrâneo em depósito de lixo é extinto após 12 dias em Presidente Prudente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-e-regiao/noticia/2025/10/28/incendio-subterraneo-conheca-fenomeno-que-tem-atingido-deposito-de-lixo-em-presidente-prudente.ghtml


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