Intoxicação por metanol: passa de 20 para 23 o número de casos confirmados em SP
09/10/2025
(Foto: Reprodução) Marcos Antônio Jorge Júnior, Bruna Araújo, Marcelo Lombardi e Daniel Antonio Francisco Ferreira são quatro dos cinco mortos confirmados por ingestão de bebida alcoólica com metanol.
Reprodução/TV Globo
Passou de 20 para 23 o número de casos confirmados de intoxicação por metanol no estado de São Paulo, segundo boletim divulgado pelo governo nesta quinta-feira (9). Há ainda 171 casos em investigação.
A confirmação de casos vem subindo de forma constante ao longo da semana. Foram 15 casos confirmados de intoxicação por metanol na segunda-feira (6), 18, na terça (7) e 20, na quarta (8), segundo dados do governo estadual.
O número de análises descartadas também cresceu de maneira expressiva: foi de 47 na segunda para 85 na terça, 111 na quarta e 152 até esta quinta, após os resultados das análises clínicas das amostras suspeitas.
Já os casos em investigação oscilaram: foram 164 na segunda, 158 na terça, 181 na quarta (pico da semana) e 171 nesta quinta.
A crise provocada por bebidas adulteradas com metanol já deixou cinco mortos no estado, de acordo com dados do governo. As vítimas são:
Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, morador da cidade de SP
Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46 anos, morador da cidade de SP
Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador da cidade de SP
Bruna Araújo, de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo
Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos, morador de Osasco
Casos de suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol em SP (9/10)
Reprodução
Jovem morto por intoxicação por metanol em Osasco consumiu bebida comprada em adega para churrasco em casa
Antídoto
Mais de 2 mil doses de fomepizol, antídoto usado para tratar casos de intoxicação por metanol, chegaram nesta quinta-feira (9) ao centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo.
Ao todo, o Ministério da Saúde comprou 2.500 doses junto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Conforme o Ministério, 288 doses serão encaminhadas aos hospitais paulistas ainda nesta quinta para tratar pacientes. Na sexta-feira (10), todos os outros estados, com casos suspeitos ou não, também irão receber doses. Veja como será a distribuição:
São Paulo: 288 doses
Paraná: 84 doses
Pernambuco: 68 doses
Mato Grosso do Sul: 20 doses
Goiás: 52 doses
Ceará: 64 doses
Rio Grande do Sul: 80 doses
Espírito Santo: 28 doses
Rio de Janeiro: 120 doses
Piauí: 24 doses
Minas Gerais: 152 doses
Bahia: 104 doses
Acre: 16 doses
Distrito Federal: 20 doses
Mato Grosso: 28 doses
Paraíba: 28 doses
Rondônia: 28 doses
Alagoas: 16 doses
Amapá: 24 doses
Amazonas: 16 doses
Maranhão: 32 doses
Pará: 48 doses
Rio Grande do Norte: 60 doses
Roraima: 24 doses
Santa Catarina: 56 doses
Sergipe: 16 doses
Tocantins: 16 doses
Ainda conforme o órgão, mil doses vão permanecer no galpão do centro de distribuição para serem encaminhadas aos hospitais quando necessário.
O fomepizol será usado apenas sob acompanhamento médico, seguindo a norma técnica do Ministério da Saúde que determina: "o medicamento será prescrito para pacientes que chegarem aos serviços de saúde com sintomas clínicos depois intoxicação, que tenham ingerido destilados no intervalo entre 6 e 72h e que apresentarem alterações em dois exames laboratoriais".
Além do fomepizol, o SUS vai continuar usando o etanol como antídoto.
Protocolo padrão
Como as primeiras horas são decisivas para salvar vidas, a Secretaria da Saúde de São Paulo orientou um protocolo padrão para os pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas persistentes ou piora, após consumo de bebidas destiladas. Entre os sintomas, estão:
Sonolência
Tontura
Dor abdominal
Náuseas
Vômitos
Confusão mental
Taquicardia
Visão turva
Fotofobia
Convulsões
Destruição de garrafas
A Justiça paulista autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos no inquérito que apura responsabilidades pela adulteração de bebidas. A solicitação feita pela Polícia Civil foi autorizada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda do Tribunal de Justiça de São Paulo. No despacho, o magistrado destaca que os milhares de recipientes foram encontrados em uma suposta empresa de recicláveis que comercializava garrafas de diferentes bebidas destiladas sem controle sanitário, de origem ou de destinação, além de não realizar procedimentos de higienização.