Itu confirma primeira morte por febre maculosa em 2025; óbito é o 7º na região
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Jovem foi atendida na UPA da Avenida Nove de Julho, em Itu (SP)
Reprodução/TV TEM
A Secretaria de Saúde de Itu (SP) confirmou, nesta quinta-feira (30), a primeira morte por febre maculosa em 2025. O óbito é o sétimo registrado na região neste ano. A vítima é uma jovem de 25 anos. A família acredita em negligência médica.
Segundo a mãe, Beatriz Dias Jorge morreu no dia 28 de setembro e os sintomas surgiram depois de ela ter ido para uma festa em Salto (SP). Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itu.
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"Quando os sintomas apareceram, levamos ela à UPA e ela começou a ser tratada como se estivesse diagnosticada com dengue. Nós só soubemos do diagnóstico de febre maculosa depois da morte dela, com o resultado do exame", explica.
À TV TEM, a mulher explica que a festa onde a filha esteve ficava próximo ao Parque de Lavras, que está fechado devido às vítimas confirmadas na cidade terem visitado o local.
"O resultado saiu pouco menos de um mês depois da minha filha ter morrido. Ela começou a sentir os sintomas correspondentes à doença 11 dias após ter ido para a festa", conta.
A família acredita que a vítima tenha passado por um caso de negligência médica. Segundo a mãe, ela recebeu alta hospitalar mesmo estando com 39,7°C de febre.
"Nós pretendemos registrar um boletim de ocorrência. Ela foi levada para casa mesmo com febre alta e pressão em 8. Voltamos com ela para ser internada de urgência, mas não deu tempo e a minha filha morreu. Como dói. Ela deixou uma filha de seis meses", lamenta.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Itu, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Parque interditado
Parque de Lavras, em Salto (SP), é interditado temporariamente após registro de mortes por febre maculosa na cidade
Paula Brazão/TV TEM
O Parque de Lavras, em Salto, foi interditado pela prefeitura após a confirmação das mortes de quatro moradores da cidade por febre maculosa. As vítimas frequentavam o local com regularidade. Segundo a administração municipal, o fechamento é temporário.
A prefeitura informou que, neste ano, foram registradas quatro mortes causadas pela doença na cidade. Além das três pessoas que costumavam visitar o parque, a quarta vítima morava em uma propriedade particular do município.
A Secretaria do Meio Ambiente informou que realiza monitoramento contínuo das áreas com risco de contaminação, além de ações permanentes de prevenção.
Entre elas, estão a aplicação de carrapaticida biológico e de fungos naturais em áreas públicas, além da instalação de sinalização adequada nos locais sob responsabilidade do município, alertando a população sobre os riscos e orientando sobre medidas de prevenção.
"A administração municipal se solidariza com as famílias das vítimas e reforça que todos os casos foram acompanhados de perto pela Secretaria da Saúde, desde o início até a confirmação dos diagnósticos, com suporte e orientações às equipes médicas e aos familiares", diz o comunicado.
Sintomas
Febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela
Prefeitura de Jundiaí/Divulgação
Segundo a prefeitura, os sintomas iniciais da febre maculosa incluem febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza, náuseas e manchas vermelhas na pele.
Ao procurar uma unidade de saúde, é essencial informar se esteve recentemente em áreas com vegetação, trilhas ou margens de rios, mesmo que não tenha percebido mordidas de carrapato-estrela.
A prefeitura também orienta que, ao visitar regiões de mata, evite caminhar ou se sentar em locais com vegetação alta. O uso de roupas claras, calças compridas, camisas de manga longa e botas é recomendado para reduzir o risco de picadas.
Caso encontre um carrapato preso à pele, retire-o com cuidado utilizando uma pinça, e procure atendimento médico imediatamente. Se possível, leve o carrapato ao serviço de saúde para que ele possa ser analisado e se verifique a presença da bactéria causadora da doença.
Outras informações podem ser obtidas por meio da Vigilância Epidemiológica no setor de Endemias, pelo telefone (11) 4029-4212 ou pelo WhatsApp (11) 94441-8751.
*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
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