Menino com paralisia cerebral anda de skate com aparelho adaptado pela 1ª vez: 'Poder da inclusão', diz mãe
Menino com paralisia cerebral anda de skate com aparelho adaptado em Rio Preto
O sorriso largo e as mãos firmes no apoio: foi assim que um menino de cinco anos com paralisia cerebral viveu pela primeira vez a sensação de andar de skate em São José do Rio Preto (SP). Com ajuda de um equipamento adaptado e de um projeto especializado, o pequeno protagonizou uma cena que viralizou nas redes sociais.
Nas imagens, Arthur Ortega aparece andando com auxílio do aparelho desenvolvido especialmente para permitir que crianças com deficiência possam viver a experiência sobre as rodas. Assista acima.
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
O vídeo acumulava mais de 10 mil visualizações e mais de 800 curtidas até a última atualização desta reportagem. Nos comentários, uma seguidora escreveu a emoção que sentiu ao assistir: "Que lindo de ver o esforço de alguém para fazer uma criança sorrir e se sentir incluída!!".
Em julho deste ano, o vídeo que mostra a professora Ellen Matos com um colete adaptado ao próprio corpo para ajudar Arthur a dançar quadrilha junina com a turma na escola também viralizou.
Ao g1, mãe de Arthur, Cíntia Valéria Ortega, contou que a vivência com o skate fez parte de uma atividade promovida pelo projeto SkateAnima, que esteve na cidade a convite da clínica neurofuncional SUA.
Para ela, ver o filho em cima do skate representou um momento emocionante. De acordo com Cíntia, o skate adaptado deu ao menino a chance de experimentar algo que jamais seria possível sem as estruturas criadas pelo projeto.
"Eu senti muita felicidade. Ver meu filho com um sorriso no rosto, se divertindo como qualquer outra criança, me trouxe uma sensação de conquista e esperança. Cada risada e momento de diversão dele no skate é um lembrete de que ele é capaz de ir muito além do que qualquer um imagina", reflete a mãe.
O equipamento usado por ele, com suporte com cintos, barras e apoio frontal, dá estabilidade e permite que crianças com limitações motoras participem do esporte. Cíntia comentou que acompanhou ao lado, emocionada, o filho se divertindo.
A experiência, de acordo com a mãe, superou qualquer expectativa. Contudo, ela pontuou que não imaginava que o vídeo teria repercussão.
"Compartilhei só para registrar aquele momento tão importante, mas ver tanta gente curtindo foi lindo. Acho que o vídeo tocou as pessoas, porque mostra o poder da inclusão e da superação", celebra a mãe.
Arthur, que tem paralisia cerebral, participou de projeto para andar de skate em Rio Preto (SP)
Cíntia Ortega/Arquivo pessoal
Projeto leva skate adaptado
A vivência faz parte do evento anual Café com Resenha, organizado pela clínica em Rio Preto. O diretor, José Gustavo Araújo Calazans, relatou que o projeto SkateAnima nasceu no Rio Grande do Sul e chegou ao interior paulista por indicação de uma mãe que também é atendida pela clínica.
Conforme o profissional, o objetivo do evento é promover a troca entre famílias. A chegada do skate adaptado impactou positivamente os alunos e materializou o conceito de funcionalidade que orienta práticas de inclusão.
"O impacto foi muito grande, a gente conseguiu que essas crianças realmente participassem de uma atividade. Fica estampado no rosto delas a felicidade de estar em movimento, liberdade para que eles participem e se sintam livres, mesmo dentro das dificuldades", concluiu o diretor.
Fundado em 2015 pelo fisioterapeuta Stevan Pinto, o SkateAnima proporciona o contato com o skate às pessoas com deficiência. Os objetos foram criados pelo gaúcho - que é entusiasta das quatro rodinhas - para se adequar às diferentes necessidades dos pacientes.
Crianças com deficiência andam de skate com ajuda de profissionais em Rio Preto (SP)
José Gustavo Araújo Calazans/Arquivo pessoal
Complicação na gravidez
Cintia e o filho Arthur, de São José do Rio Preto (SP)
Cintia Ortega/Arquivo pessoal
Arthur nasceu com 27 semanas, o que corresponde a cerca de sete meses de gestação. Cintia teve uma pré-eclâmpsia e síndrome de Hellp, complicação na gravidez que causa a destruição de glóbulos vermelhos.
Com 22 semanas, Arthur deixou de apresentar o crescimento fetal esperado e os nutrientes dos quais ele necessitava não estavam sendo repassados pelo cordão. Dessa forma, precisou interromper a gestação.
Com oito dias de vida, Arthur sofreu um ferimento devido à prematuridade, o que levou à paralisia cerebral. Por isso, ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal por 163 dias. No período, Cintia revelou que viveu momentos de angústia.
Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba
VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEMFONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2025/11/15/menino-com-paralisia-cerebral-anda-de-skate-com-aparelho-adaptado-pela-1a-vez-poder-da-inclusao-diz-mae.ghtml